sábado, 21 de janeiro de 2012

Como funciona a Aids


por Kevin Bonsor - traduzido por HowStuffWorks Brasil

Introdução

A Aids (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) é uma das piores pandemias que o mundo já conheceu. O HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana), vírus que causa a Aids, foi descoberto em 1981 numa região remota da África Central. Desde então, ele se espalhou pelo globo terrestre, infectando milhões de pessoas num período relativamente curto de tempo. A Aids matou, até onde sabemos, mais de 25 milhões de pessoas, com aproximadamente 3 milhões de mortes só em 2006 [referência - em inglês]. Muitos casos não são registrados, mas os números da doença estão aumentando. Comparação:
  • a pandemia de gripe de 1918 matou aproximadamente 20 milhões de pessoas pelo mundo
  • a Segunda Guerra Mundial matou aproximadamente 40 milhões de pessoas
A pandemia de Aids teve e, provavelmente continuará tendo, um impacto global significativo.

HIV, vírus que causa a AIDS
Imagem cedida pelo National Institute of Allergy and infectious Diseases
HIV, vírus que causa a Aids, se desenvolvendo fora de um leucócito humano
Nesse artigo, mostraremos como o vírus HIV ataca o sistema imunológico e como causa a Aids. Vamos também esclarecer alguns mitos sobre a doença e como o HIV é transmitido.

Menor infecção
Antirretrovirais reduzem risco de infecção pelo HIV. Queda é de cerca de 44%, aponta pesquisa americana.
Leia mais em VEJA.com

A idéia de se contrair o HIV é apavorante por uma boa razão: nos dias de hoje, a doença é incurável, tem uma taxa de mortalidade alta, se espalha rapidamente e não existe vacina contra ela. Atualmente, tal combinação é rara. A varíola, por exemplo, pode ser fatal, mas foi completamente contida através da vacinação. A tuberculose, que também pode ser fatal, é facilmente curada com antibióticos se diagnosticada cedo.
A Aids tem sido capaz de infectar e matar tanta gente devido a características únicas,
o que faz desta uma doença tão incomum:
  • o HIV se espalha pelo contato íntimo com uma pessoa infectada. As formas de contato íntimo que transmitem a Aids incluem atividade sexual e qualquer tipo de situação que permita que o sangue de uma pessoa contaminada entre em contato com o de outra. Especialmente quando comparada com as diversas viroses que se espalham pelo ar, poderia-se imaginar que a intimidade envolvida na transmissão da Aids fosse um fator limitante, mas não é;
  • uma pessoa pode portar e transmitir o HIV por muitos anos antes que os sintomas apareçam. Ela pode ser contagiosa por uma década ou mais antes que qualquer sinal visível da doença se manifeste. Numa década, um portador promíscuo do HIV pode infectar dúzias de pessoas, que podem infectar outras dúzias de pessoas e assim por diante;
  • o HIV invade as células do nosso sistema imunológico e as reprograma para que se tornem produtoras de HIV. Lentamente, o número de leucócitos do corpo diminui e a Aids se desenvolve. Assim que a doença se manifesta, a pessoa fica suscetível a várias infecções diferentes, pois o sistema imunológico foi enfraquecido demais pelo HIV e não pode mais lutar de maneira eficiente. O HIV também demonstrou capacidade de mutação, o que torna quase impossível tratar o vírus.
A última característica nessa lista é única. O HIV invade e destrói o sistema imunológico, o sistema que iria proteger o corpo contra os vírus, corrompendo-o e deixando-o incapacitado de proteger o corpo contra ele.
Nos Estados Unidos, considerada a distribuição do HIV na população, há mais de uma chance em mil de se contrair o HIV durante um encontro sexual sem proteção, segundo o Center for Disease Control and Prevention (Centro de Controle e Prevenção de Doenças - site em inglês). Em alguns lugares, as chances são ainda maiores. Sexo sem proteção é o meio mais comum para se transmitir o HIV. As chances de contaminação aumentam a cada novo parceiro. Eis uma lista de meios pelos quais o HIV pode ser transmitido:

  • contato sexual
  • compartilhar agulhas intravenosas contaminadas
  • amamentar (da mãe para o bebê)
  • mães infectadas transmitem para os fetos durante a gravidez ou parto
  • transfusões sangüíneas (caso raro em países onde o sangue é filtrado para encontrar anticorpos de HIV)

HIV e os mosquitos
Um dos mitos predominantes sobre a transmissão do HIV é que mosquitos ou outros insetos que sugam sangue podem infectá-lo. Não há evidência científica que apóie essa declaração. Para entender por que os mosquitos não contribuem na transmissão do HIV, podemos observar o comportamento dos insetos e das picadas. Quando um mosquito pica alguém, eles não injetam o próprio sangue ou o sangue de um animal ou pessoa que já tenham picado. O mosquito injeta saliva, que age como lubrificante para que ele possa se alimentar melhor. A febre amarela e a malária podem ser transmitidas pela saliva, mas o HIV não se reproduz em insetos, portanto, não sobrevive no mosquito tempo suficiente para ser transmitido pela saliva.
Além disso, os mosquitos não vão normalmente de uma pessoa para outra após se alimentarem. Os insetos precisam de tempo para digerir o sangue antes de continuarem.
Para aprender mais sobre mosquitos,
Existe uma pequena chance de transmissão através de beijos de língua e mordidas. Entretanto, os casos de transmissão de HIV por esses métodos são raros. De fato, o CDC investigou apenas um caso onde a contaminação pelo HIV foi atribuída ao beijo de língua.
O HIV não é transmitido pelo ar ou contato com superfícies, como os resfriados e as gripes. Ele é um vírus frágil e não sobrevive bem fora do corpo humano. A fragilidade torna a possibilidade de transmissão pelo ambiente muito remota. Fora da célula hospedeira, o HIV não sobrevive por muito tempo. Em pequisas de laboratório, o CDC demonstrou que uma vez que o fluido (sangue, suor, lágrimas, etc.) contendo o vírus seca, o risco de transmissão pelo ambiente é praticamente zero.
Há muita desinformação sobre como o HIV pode ser transmitido. Aqui está uma lista de como este vírus não é transmitido:

  • saliva, lágrimas e suor - saliva e lágrimas contêm apenas uma pequena quantidade de HIV, e os cientistas não detectaram nenhum traço dele no suor de uma pessoa infectada;
  • insetos - estudos não mostram evidências da transmissão de HIV através de insetos que sugam sangue. Isso é verdade até nas áreas onde existem muitos casos de Aids e grandes quantidades de mosquitos;
  • usar o mesmo assento do vaso sanitário no banheiro;
  • nadar na mesma piscina;
  • tocar, abraçar ou apertar as mãos;
  • comer no mesmo restaurante;
  • sentar perto de alguém.

Nenhum comentário:

Postar um comentário