sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Noticia

Casas de apoio em parceria com governos e Igrejas oferecem tratamento para portadores de HIV/Aids em BH.


Há 15 anos, o vendedor A.A.O. descobriu que era portador do vírus da Aids. Vítima do preconceito e sem residência fixa, ele encontrou na Casa de Apoio para Adultos Vivendo com HIV/Aids o auxílio que precisava para iniciar o tratamento e levar uma vida com dignidade. Assim como ele, outras 50 pessoas contam com o serviço em Belo Horizonte. A capital possui duas residências, uma no bairro Padre Eustáquio e outra na Lagoinha. As instituições são mantidas pelo Governo Federal e pela Secretaria Municipal de Saúde (SMSA). "Não teria condições de pagar um aluguel. Aqui tenho todo o acompanhamento que preciso, tanto médico como nutricional", disse A.A.O, que está na residência há pouco mais de um ano.

Instituídas pelo Governo Federal por meio da portaria 1.824, de setembro de 2004, as Casas de Apoio têm como objetivo acolher os portadores de vírus da Aids temporariamente, fornecer orientações quanto aos cuidados à saúde, promover a adesão aos medicamentos, fortalecer os laços familiares dos portadores do vírus da Aids e reintegra-los à sociedade.


A mesma portaria prevê o repasse mensal do Governo Federal de R$ 350 por leito aos pacientes. Belo Horizonte é a única cidade do país que repassa o mesmo montante do Governo Federal. Os recursos são do Fundo Municipal de Saúde.


As casas são classificadas nas categorias 1 e 2. A primeira funciona apenas como centro de convivência e não como residência para os portadores do vírus HIV/Aids. Na segunda, os pacientes podem permanecer por tempo determinado. Na capital, as duas casas estão inseridas na segunda categoria.


No bairro Lagoinha, os 30 moradores contam com seis refeições diárias. A casa, de três andares, possui uma área construída de 1.124 metros quadrados. São nove quartos, 14 salas, cozinha, refeitório, recepção, dispensa, lavanderia, depósito de lixo e 23 banheiros. Na residência, trabalham 13 profissionais, entre fisioterapeutas, psicólogos, nutricionistas e assistentes sociais. O projeto tem como parceiros as igrejas católicas e evangélicas. Na Lagoinha, participa o Vicariato para Ação Social e Política da Arquidiocese de Belo Horizonte. Os pacientes ainda realizam atividades recreativas como pintura, artesanato e dança.


"Acredito que a primeira necessidade do ser humano é ter onde morar. Essas casas são essenciais na vida e no tratamento dessas pessoas, pois são espaços familiares que favorecem o tratamento e a inserção social. Aqui não há espaço para o preconceito", resume o assessor do projeto, Raimundo Costa, que lembra que são aceitas doações como roupas e calçados. "No momento, precisamos muito de luvas e fraldas tamanho M e G", disse. A instituição utiliza, mensalmente, cerca de 3 mil pares de luvas e mil fraldas geriátricas. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone 3425-0619.
PREFEITURA DE BH 12/01/2012

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