segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

O uso das drogas e o HIV



Como se relacionam o uso de drogas e o HIV?
O uso de drogas é um fator de grande risco na transmissão do HIV. O material (agulha ou seringa) compartilhado para injetar as drogas pode conter HIV e também transmitir outras infecções como, por exemplo, as hepatites: B e C. Além disso, você, ao usar drogas, pode praticar sexo inseguro e/ou desprotegido.
Importante destacar que drogas como a cocaína, LSD, ecstasy e a heroína podem ser perigosas para as pessoas que estão tomando os anti-retrovirais (medicamentos anti-HIV), devido às interações destas drogas com esses medicamentos.
A injeção e a infecção
A infecção por HIV é transmitida facilmente quando as pessoas compartilham agulhas ou seringas para injetar as drogas. Agulhas e seringas compartilhadas também transmitem a hepatite B e a hepatite C.
O sangue infectado que foi aspirado pela seringa de um primeiro usuário pode ficar na agulha e na própria seringa, então, a próxima pessoa a se picar com a mesma seringa ou agulha estará injetando junto com a droga o sangue contaminado com HIV do usuário anterior. Esta é uma das maneiras mais fáceis de você contrair o HIV porque o sangue infectado entra diretamente na corrente sangüínea.
Um estudo recente mostrou que o HIV pode sobreviver numa seringa usada, durante, pelo menos, quatro semanas. Se tiver que usar o material mais de uma vez, você pode reduzir o risco de infecção limpando a agulha e a seringa entre um uso e outro. Nesta situação, o mais recomendado é reutilizar sua própria seringa e não a compartilhar com ninguém. Porém, mesmo não havendo compartilhamento, a seringa reutilizada também deve ser limpa porque as bactérias podem crescer dentro dela.
O método mais eficaz de limpar uma seringa é utilizar, primeiramente, água, depois cloro e, novamente, uma enxaguada final. Tente tirar todo o sangue da seringa agitando-a vigorosamente durante trinta segundos. Use água fria porque a água quente pode fazer o sangue coagular-se. Para matar a maioria do HIV e dos vírus da hepatite C, deixe o cloro na seringa durante dois minutos. Mas isso nem sempre mata todos os HIV ou todos os vírus da hepatite. Sempre que possível troque sua seringa usada por uma nova.
Para reduzir o risco de infecção por HIV ou pelo vírus da hepatite, nunca compartilhe material (agulha ou seringa) usado para injetar drogas, lave freqüentemente as mãos e limpe com cuidado o material e a parte do corpo que você usa para a injeção.
Os programas de troca de seringas
No Brasil, já existem alguns programas que trocam seringas usadas por seringas novas que são distribuídas gratuitamente às pessoas, com objetivo de que não haja compartilhamento de tal material. Estes programas são denominados de “redução de danos”. O NEPAD (UERJ) no Rio de Janeiro é uma unidade de referência, telefone: (21) 2589-3269 ramal: 33 ou 34. Porto Alegre, Corumbá, Santos e Salvador são também referências. Para maiores informações consulte o site da Associação Brasileira de Redutores de Danos (ABORDA): <www.aborda.org.br>. O telefone da associação carioca de redução de danos: 2552-2761. O endereço e correio eletrônicos da Rede Brasileira de Redução de Danos: <www.reduc.org> e info@reduc.org. E o endereço e correio eletrônicos da Rede Latino-Americana de Redução de Danos: <www.relard.net> e flama51@terra.com.br.
O uso de drogas e a prática de sexo inseguro (desprotegido)
Para muitas pessoas, drogas e sexo andam juntos. Alguns usuários trocam sexo por drogas. Algumas outras pessoas pensam que o ato sexual é mais agradável quando usam drogas.
O uso de drogas, inclusive álcool e maconha, aumenta a probabilidade de você não se proteger durante o ato sexual. Por isso, cuidado ao consumir álcool ou maconha, pois tal consumo pode se associar com comportamento sexual de risco (sexo com penetração sem preservativo). Além disso, pode ser difícil colocar limites na atividade sexual de alguém que troca sexo por drogas. Com o uso de drogas é mais provável que você esqueça de se proteger e de proteger a outra pessoa.
Os medicamentos e as drogas
O fígado metaboliza alguns medicamentos contra o HIV, principalmente, os inibidores de protease, e também algumas drogas “recreativas”, inclusive o álcool. Quando drogas e medicamentos são consumidos simultaneamente, pode ocorrer uma lentidão no metabolismo de ambos. Tal processo pode levar a uma concentração inadequada, e em alguns casos, grave, do medicamento e/ou da droga “recreativa” em nosso corpo, podendo ocasionar uma overdose que em muitos casos é fatal.
Uma concentração inadequada de medicamento anti-retroviral pode causar efeitos sérios, desde resistência viral até transtornos metabólicos graves. Está documentado um caso de morte de pessoa HIV positiva que misturou um inibidor de protease (ritonavir) com a droga “recreativa” denominada “ecstasy”.
Em resumo
O uso de drogas é uma das maiores causas de novas infecções por HIV. O material compartilhado (agulha, seringa ou canudo) pode transmitir o vírus da imunodeficiência humana e das hepatites B e C. Ao usar qualquer droga “recreativa”, inclusive álcool ou maconha, você pode se esquecer de praticar o sexo seguro e/ou protegido.
Para proteger-se da infecção e proteger os outros, o ideal é nunca utilizar material (agulha e seringa) já usado. Ainda que reutilize suas próprias seringas, limpe-as bem, cada vez que as utilizar. Limpar o material (agulha e seringa) é apenas, parcialmente, eficaz.
Os programas de troca de seringas disponibilizam gratuitamente novas seringas. Estes programas reduzem a proporção de novas infecções por HIV. Existem vacinas contra a hepatite A e B que você pode tomar como forma de prevenção.
Misturar drogas “recreativas” e medicamentos anti-HIV (anti-retrovirais) pode ser perigoso. Interações entre estas drogas e estes medicamentos podem causar efeitos sérios e uma dose inadequada e perigosa, tanto da medicação quanto da droga, respectivamente, uma superdosagem ou uma overdose.

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